A frequência escolar no ensino básico cresceu em praticamente todas as faixas etárias, segundo dados do Censo de 2022 sobre educação, divulgados pelo IBGE. A formação de nível superior também registrou aumento entre brancos, pretos e pardos, mas a desigualdade persiste.
Natanael, por exemplo, foi o segundo da família a ingressar na universidade. Ele cursa direito na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e, para ter o a um dos cursos mais concorridos, foi aluno do Educafro, organização que promove a inclusão de pessoas pretas e periféricas no ensino superior.
“O Educafro foi, podemos dizer, uma mãe para mim, me incentivando e não deixando que eu desistisse desse sonho. No ano em que entrei, 2023, eles me apoiaram e me incentivaram a alcançar meu objetivo”, conta Natanael Moura.
Entre 2000 e 2022, muitos brasileiros ingressaram e concluíram o ensino superior. O número de estudantes com diploma universitário quase triplicou, segundo o levantamento do IBGE. A parcela de pretos e pardos formados também cresceu, mas a desigualdade em relação às pessoas brancas ainda é significativa. A proporção de brancos com nível superior completo saltou de 9,9% em 2000 para 25,8% em 2022, o dobro da proporção de pretos e pardos com a mesma formação. Entre os pretos, o índice ou de 2,1% para 11,7%, e entre os pardos, de 2,4% para 12,3% no mesmo período.
As mulheres também se destacam nesse cenário: 20,7% delas tinham formação universitária completa em 2022, enquanto entre os homens o índice era de 15,8%.
Além do ensino superior, houve crescimento na educação básica entre 2000 e 2022. A frequência escolar aumentou em quase todas as faixas etárias. Por exemplo, no grupo de 0 a 3 anos, o índice subiu de 9,4% para 33,9%. Entre 15 e 17 anos, a frequência escolar saltou de 77,4% para 85,3%. A única faixa etária que registrou declínio foi a de 18 a 24 anos, cuja frequência caiu de 31,3% em 2000 para 27,7% em 2022.
Apesar dos avanços, a frequência escolar ainda está abaixo da meta do Plano Nacional de Educação em alguns grupos. Por exemplo, o objetivo era atingir 50% das crianças entre 0 e 3 anos nas instituições de ensino, mas, em 2022, o índice ficou em cerca de 34%. Políticas como o Bolsa Família são apontadas como fundamentais para esse crescimento.
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