Na Faixa de Gaza, a Organização das Nações Unidas (ONU) retomou a entrega de ajuda humanitária após um bloqueio de quase três meses imposto por Israel. Na agem de fronteira de Kerem Shalom, caminhões transportando ajuda humanitária aguardam a autorização para a entrada no devastado território palestino.
Após um bloqueio de quase três meses, o exército israelense disse que 98 caminhões entraram em Gaza na segunda (19) e terça-feira (20). Mas mesmo esses suprimentos mínimos não chegaram às cozinhas comunitárias, padarias, mercados e hospitais de Gaza, de acordo com autoridades humanitárias. O bloqueio deixou os moradores em uma luta cada vez mais desesperada pela sobrevivência.
Em meio à crescente pressão internacional, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou um plano conjunto com os Estados Unidos para a entrega de ajuda humanitária na faixa de Gaza. Ele promete que nos próximos dias serão abertos pontos de distribuição de alimentos que estarão sob proteção de soldados israelenses. O premier anunciou ainda a criação de uma zona livre no sul de Gaza, para onde os civis palestinos serão levados e receberão assistência completa.
Netanyahu estabeleceu condições para terminar a guerra. O conflito só será suspenso se todos os reféns forem libertados e o Hamas deixar o controle da Faixa de Gaza, algo que foge do controle dos civis. Em meio ao aumento da pressão internacional sobre o governo israelense, nessa quarta-feira (21) um grupo de diplomatas foi surpreendido por disparos realizados pelas tropas israelenses na Cisjordânia, outro território palestino.
A delegação que visitava a região a convite da autoridade palestina estava em um portão do campo de refugiados de Jenin, quando os tiros foram disparados. O Exército israelense reconheceu ter realizado o disparo de advertência e o justificou com o fato de os diplomatas terem se desviado do itinerário aprovado. Representantes da China, Japão, México, França, Países Baixos, Itália, Espanha e Romênia participavam da visita.
O Ministério das Relações Exteriores da França chamou o incidente de inaceitável e convocou embaixadores israelenses no país para prestar explicações. O Ministério das Relações Exteriores da Itália descreveu os tiros de advertência como ameaças inaceitáveis. E a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que qualquer ameaça à vida de diplomatas é inaceitável.
Em nota do Itamaraty, o governo brasileiro também repudiou a ação e recordou a obrigação de Israel de observar preceitos básicos do direito internacional e de respeitar os princípios e normas da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
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