Morreu hoje, aos 81 anos, Sebastião Salgado. Mineiro de Aimorés, ele se tornou um dos fotógrafos mais importantes do mundo, conhecido por sua sensibilidade única e imagens marcantes em preto e branco.
Salgado faleceu por complicações de uma malária contraída há mais de 15 anos.
Economista de formação, começou na fotografia com uma câmera dada por sua esposa, Lélia. Desde então, foram mais de 50 anos retratando o mundo por meio de suas lentes.
Mais do que fotografar, Salgado dedicou sua obra a retratar grandes sagas humanas — como migrações, secas, guerras e genocídios — com profundidade e compaixão. Foi um mestre em capturar a alma humana.
Entre suas fotos mais conhecidas estão as de trabalhadores em comunidades de refugiados e, em especial, as imagens de 1986 da mina de Serra Pelada, no Pará, que mostravam homens cavando a terra como formigas. Essas imagens rodaram o mundo e se tornaram icônicas.
Para Sebastião Salgado, a fotografia era uma forma de vida:
“Às vezes, as pessoas dizem que eu sou um fotógrafo antropólogo, um fotógrafo economista, um fotógrafo militante, um repórter fotográfico. Não é nada disso. Essas fotografias que eu fiz são a minha forma de vida.”
Salgado também era um defensor incansável da Amazônia e um aliado das causas indígenas:
“Nós precisamos da Amazônia para manter a biodiversidade, a distribuição de umidade pelo planeta e proteger a Amazônia. Se a destruirmos, como estamos fazendo agora, ela se torna uma bomba de carbono.”
A preocupação ambiental levou Salgado e Lélia a fundarem, há mais de 25 anos, o Instituto Terra, uma ONG dedicada ao reflorestamento da Mata Atlântica e à educação ambiental.
Ao anunciar sua morte, o Instituto Terra afirmou: “Ele foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade.”
Pelas redes sociais, o presidente Lula lamentou a morte de Sebastião Salgado. Disse que seu inconformismo com o fato de o mundo ser tão desigual, e seu talento em retratar a realidade dos oprimidos, sempre serviram como um alerta para a consciência de toda a humanidade.
Salgado não usava apenas seus olhos e sua máquina para retratar as pessoas: usava também a plenitude de sua alma e de seu coração.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.