Três ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro prestaram depoimento na manhã desta quinta-feira (239), ao Supremo Tribunal Federal (STF). Eles são testemunhas de defesa no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Bruno Bianco, que foi advogado-geral da União, disse que o ex-presidente perguntou, depois do segundo turno das eleições presidenciais, se havia algum problema no resultado das urnas que pudesse ser contestado judicialmente. Ele teria respondido ao então presidente que o pleito havia sido correto e legal. Segundo Bianco, na frente dele, Bolsonaro se deu por satisfeito com a resposta.
Bianco também confirmou que comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa estavam presentes no momento.
Os outros dois ex-ministros ouvidos nesta quinta foram: Adolfo Sachsida, de Minas e Energia, e Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU). Paulo Guedes, da Economia, também estava na lista de testemunhas, mas foi dispensado pela defesa de Anderson Torres.
Sachsida, Rosário e Bianco confirmaram que, na reunião ministerial de 5 de julho de 2022, gravada e encontrada em arquivos do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, um dos temas abordados foi a suposta fragilidade do sistema de votação.
De acordo com a Polícia Federal, nesse encontro, Bolsonaro coagiu os ministros a disseminar, sem provas, notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.
Por outro lado, os depoentes negaram que, nessa e em outras reuniões, tenha sido discutida a possibilidade de golpe de Estado.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, decidiu intimar uma testemunha, o general Gustavo Henrique Dutra, depois que ele faltou à audiência da última quarta (28).
Dutra era o comandante militar do Planalto em 8 de janeiro de 2023. A defesa disse que está com dificuldades de falar com o general. O depoimento foi marcado para as três da tarde da próxima segunda-feira (2)
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