A violência contra crianças e adolescentes é considerada uma doença silenciosa e, de acordo com o levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, costuma ser praticada por pessoas de dentro da própria família.
De acordo com o Sistema Nacional de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados 71.598 casos de agressões contra crianças e adolescentes, uma média de 196 ocorrências por dia. Cerca de 80% delas ocorreram dentro de casa, contra crianças de até 14 anos de idade.
Os adolescentes, de 15 a 19 anos, são a maioria das vítimas. Foram quase 35.900 casos notificados ao longo do ano ado. Mas nenhuma faixa etária escapa da violência: foram mais de três mil notificações em relação a bebês menores de um ano. E entre crianças de 5 a 9 anos, mais de 8.300 casos. E apesar dos números alarmantes, é possível que o cenário seja apenas a ponta do iceberg, como explica Katerina Volcov, secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
Para tentar frear esses números, a Sociedade Brasileira de Pediatria pretende fazer uma nova campanha para sensibilizar e orientar a atuação dos pediatras. “Os pediatras que estão na área de pronto atendimento e pronto-socorro têm que saber exatamente os sinais que identificam a suspeita de agressão, porque, para nós, pediatras, dentro de uma área de pronto-socorro ou pronto atendimento, não precisamos ter certeza de que houve a agressão. Basta simplesmente a suspeita para que tenhamos a obrigação — é um dever legal — de fazer a notificação ao Conselho Tutelar. E, se houver sinais de gravidade em relação à agressão, nós também vamos ao Ministério Público e à ação policial”, afirma Clóvis Constantino, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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