O governo oficializou a demissão de Alessandro Moretti do cargo de diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No lugar dele, entrou Marco Cepik, que comandava a Escola de Inteligência da Abin desde abril do ano ado.
Em sua primeira fala oficial, Cepik itiu a existência de um esquema ilegal de espionagem na instituição, mas negou qualquer tentativa da alta cúpula da agência de obstruir a investigação da Polícia Federal.
Moretti foi exonerado, nesta terça-feira (30) a noite, pelo presidente Lula. Além dele, outros quatro diretores também foram demitidos.
Apurações da PF indicam que o agora ex-diretor teria facilitado o esquema ilegal dentro da Abin, durante o governo Bolsonaro, e em conluio com outros investigados. Além disso, ele teria dito a pessoas envolvidas na espionagem que a operação da PF tinha fundo político e que “iria ar”.
Em nota, Moretti se defendeu e disse que o o responsável pelo início da apuração interna na agência relacionada ao uso da ferramenta FirtMile, quando ocupou interinamente a diretoria-geral do órgão. No texto, ele afirma que todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a PF, que também teve atendidas todas as suas solicitações atendidas pela agência. Por isso, grande parte do material que instrui o inquérito é fruto da apuração conduzida com total independência pela Abin.
Enquanto isso, as investigações avançam sobre o núcleo bolsonarista. Na próxima terça-feira (6), será ouvido, pela Polícia Federal, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro. O que a PF quer saber é se ele tinha conhecimento, ou não, das supostas ações ilegais dentro da Abin, que na época era chefiada pelo GSI. E também quer saber sobre a relação dele com Alessandro Ramagem, um dos principais alvos dessa investigação.
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