O jovem escritor e roteirista Raphael Montes, 26, está prestes a encarar um novo desafio: comandar um programa de tevê sobre literatura - o Trilha de Letras, que estreia no dia 27 de abril aqui na TV Brasil. Autor de quatro obras de sucesso, tanto de público quanto de crítica, Raphael acredita que a grande missão do escritor brasileiro é conquistar leitores. "A literatura é tão ível e divertida quanto são as séries de televisão e os filmes do cinema", destaca.
Com uma carreira promissora, de premiações e tradução para diversos países a adaptações para o cinema, ninguém imaginaria que Raphael um dia pudesse não gostar de ler. O escritor revela que a paixão por livros só começou aos 12 anos, quando descobriu Sherlock Holmes, personagem ícone da literatura policial, gênero ao qual se dedica. "Fui criado numa casa sem livros e as leituras que a escola trazia não me comoviam tanto", relata Raphael, que também confessa que durante boa parte da adolescência só lia romance policial.
"Hoje em dia eu leio de tudo, até, na verdade, mais livros sem ser do gênero policial", conta o apresentador, cujas maiores inspirações são a britânica Agatha Christie e a estadunidense Patricia Highsmith. É justamente na narrativa dessas romancistas que o escritor encontra e sublinha o que considera essencial para uma boa estória policialesca: tramas bem armadas, com ganchos e surpresas, e personagens complexos e profundos.
Para Raphael, é preciso aproveitar o interesse do grande público pelas tramas policiais para incluir, nelas, a discussão de temas mais densos, complexos, mas sem rebuscamento, de forma a provocar reflexão. "Me parece que um bom futuro para a literatura policial é esse", analisa o autor, que, a respeito da produção do gênero no Brasil, observa que há uma falta de continuidade.
"A variedade é a marca da literatura policial brasileira. E uma variedade que enfraquece o gênero. Se houvesse uma união maior, mais autores dedicados, como vejo hoje em dia surgir, acho que ela ganharia força tanto no Brasil quanto lá fora", avalia o escritor, que também pontua que o importante é que essas obras busquem retratar nossa sociedade.
Literatura policial é o tema do episódio de estreia do Trilha de Letras. Não perca!
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