O Supremo Tribunal Federal (TSF) segue ouvindo testemunhas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. Nesta sexta-feira (23) foi a vez de nomes como Hamilton Mourão, o comandante da Marinha e o ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo. A sessão teve momentos tensos e declarações importantes.
Ao longo da tarde, cinco testemunhas foram ouvidas. O ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão afirmou que nunca participou de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro para tratar da decretação de medidas de exceção ou de um golpe de Estado no país.
Já o comandante da Marinha, Sampaio Olsen, relatou que o ex-comandante, almirante Almir Garnier, lhe transferiu o cargo, mas não compareceu à cerimônia de agem de comando – um fato inédito na história da Marinha brasileira. Vale lembrar que Garnier foi o único comandante das Forças Armadas que teria concordado em participar do golpe.
Em um dos momentos mais tensos dos depoimentos, o ministro Alexandre de Moraes chegou a ameaçar de prisão, por desacato, o ex-deputado e ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo. Ele foi ouvido como testemunha de Garnier e começou a falar com respostas evasivas. Depois, alegou que a base da Marinha fica no Rio de Janeiro e que seria difícil para a Força atuar numa ação golpista aqui no Centro-Oeste, no que ele chamou de "Brasil profundo".
Pela manhã, duas testemunhas de defesa foram ouvidas: uma de Alexandre Ramagem e outra de Braga Netto.
Os depoimentos das testemunhas do Núcleo 1 – o dos chamados cabeças do golpe – serão retomados na próxima segunda-feira (26). A expectativa é que, até o dia 2 de junho, mais de 80 pessoas sejam ouvidas.
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