O Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu, nesta quarta-feira (28), mais duas testemunhas de defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Ele é réu no processo da tentativa de golpe de Estado cometida em 2022 e 2023.
O primeiro depoimento foi do brigadeiro do ar Antonio Lorenzo, que foi chefe de gabinete e secretário-executivo do Ministério da Justiça quando Anderson Torres era ministro. Lorenzo contou que ficou preocupado com o convite feito a Torres para participar de uma live com Jair Bolsonaro sobre urnas eletrônicas, em julho de 2021, porque se tratava de uma pauta polêmica.
Ele ainda minimizou a participação do ministro, que teria focado em "questões técnicas". Na ocasião, o ex-presidente disseminou notícias falsas contra as urnas, afirmando que havia como fraudar os aparelhos.
O ex-número dois da Justiça também foi questionado sobre a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal, em 12 de dezembro de 2022. Alexandre de Moraes perguntou por que o ministério não tomou nenhuma medida em relação aos atos de vandalismo. E citou uma postagem na rede X em que Lorenzo criticou o então ministro Flávio Dino por ter feito "estardalhaço sem motivo" sobre o assunto. O depoente itiu que "carregou demais nas tintas".
Em seguida, quem depôs foi o tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Rosivan Correia. Ele disse que, em 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão aos prédios dos Três Poderes, a PM não era subordinada à Secretaria de Segurança Pública, então comandada por Anderson Torres. E que era apenas "vinculada". Moraes respondeu que, se fosse assim, o secretário seria uma "rainha da Inglaterra". Correia então voltou atrás e disse que havia, sim, uma "certa subordinação".
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