Uma pesquisa nas redes sociais com 1.087 mães mostrou que a maioria sofre de estresse por ter de cuidar de crianças e dos afazeres de casa.
O levantamento realizado pela nutricionista Gi Belarmino, diretora da plataforma De Mãe em Mãe, mostra que mais da metade das mães ouvidas pela pesquisa tem saúde mental regular ou ruim. Cinco em cada 10 relataram estrar sobrecarregadas frequentemente.
A advogada Rayanne Borges tem dois filhos, e aproveita a manhã para levá-los ao parque. Ela conta que tem uma rotina sem descanso, mas que procura fazer o melhor possível: “a gente tem que aprender a gerir o tempo e lidar com a culpa de às vezes se ausentar, não poder participar de algumas coisas. Eu estruturei o meu dia para esse período amanhã ar com eles, e à tarde me dedicar ao trabalho”.
A jornada exaustiva, que soma os cuidados com a criança, as tarefas domésticas, muitas vezes o trabalho fora e a falta de rede de apoio, explica a sobrecarga. 78% das mães que responderam a pesquisa disseram que são as principais responsáveis pelos cuidados em casa.
As mães relataram sentimentos de esgotamento, culpa e insatisfação com a vida, segundo Belarmino. “A grande maioria das mulheres se sente sobrecarregada e triste a maior parte do tempo, e muito dessa sobrecarga vem da falta de ajuda dentro de casa e de crianças que estão fora do período integral”, diz, destacando que a escola é uma importante rede de apoio.
Outro problema enfrentado pelas mulheres é o mercado de trabalho, que muitas vezes exclui as mãe. “Muitas mulheres acabam pausando a carreira ou por escolha própria ou por uma necessidade do mercado de trabalho, que não aceita, muitas vezes, bem essa questão da maternidade”, afirma Taís Saraiva, mentora de mulheres.
“Muitas mudam a prioridade, mudam o foco, querem ter mais flexibilidade, querem levar a carreira profissional de outra maneira. Mas como recomeçar? Muitas vezes a gente precisa de ajuda pra esse processo de recomeço. Eu acho que parte do princípio é da gente se reconectar, da gente se redescobrir, entender o que a gente quer fazer e depois traçar um plano em cima disso”, avalia.
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