As redes sociais têm sido um espaço cada vez mais importante para os povos indígenas. Longe da ideia estereotipada de isolamento, muitas comunidades indígenas têm usado as plataformas digitais como ferramentas de resistência, visibilidade e fortalecimento cultural.
Desde 2019, e com quase 180 mil seguidores, a ativista indígena Alice Pataxó, de 23 anos, fala da realidade da aldeia Tibá, na Bahia. Um trabalho reconhecido internacionalmente: em 2022, foi eleita uma das 100 mulheres mais influentes do planeta pela rede britânica BBC.
“Eu acho que as coisas, às vezes, existem num modo, um meio-termo que pode ser alcançado. Como o que a gente faz hoje, que é trazer a comunicação para perto dos nossos, né? Que comunique não só para fora das comunidades indígenas, mas também para dentro delas”, afirma a comunicadora e ativista indígena
“Havia uma ideia preconceituosa de que, se o indígena estava usando celular, óculos escuros, calça jeans, tênis e tal, ele não seria mais indígena, né? Essa é uma falácia do racismo mesmo. Então, você nega a existência do outro porque ele está portando alguns objetos, alguns dísticos Que você vai falar: "não, isso não é indígena". Até entender que as redes, a internet, o celular... eles não vieram aqui para algumas pessoas. Eles vieram para todas as pessoas”, defende Lúcia Helena Rangel, antropóloga do Conselho Missionário Indígena (Cimi).
Humor indígena 5g6g2k
É com boas doses de humor que o Tiago fala da realidade da aldeia Karitiana, em Rondônia. Nas redes sociais, ele também luta contra o marco temporal e pelos direitos dos povos indígenas.
“É tentar levar essa mensagem de maneira leve e tentar reflorestar mais corações para que a gente tenha mais apoio, entendeu? Porque tem os parentes que fazem o conteúdo mais sério, mas eu acho que também diversificar as portas de entrada, de como a gente pode mostrar o movimento para o mundo. Eu acho que isso é extremamente importante e extremamente estratégico também”, explica Tiago Karitiana, comunicador indígena
O Brasil tem 1,7 milhão de indígenas, de 305 etnias. Cada um com uma voz, com demandas diferentes e muito a ensinar.
“Eu acho fundamental a importância a gente estar ocupando esses espaços. Porque foram espaços que, como a maior parte dos outros espaços, aqui no Brasil, foram negados para a gente durante muito tempo”, relembra Tiago.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.