Um levantamento do Observatório BR-319, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), revela que, mesmo com a redução do desmatamento na região, os incêndios aumentaram. A ação humana e a seca histórica são os principais motivos para o avanço do fogo, que impacta diretamente a floresta e as populações locais. A reportagem da TV Encontro das Águas, emissora da Rede Nacional de Comunicação Pública, traz mais detalhes sobre o assunto.
Os dados reunidos pelo Observatório mostram um cenário de contrastes na Amazônia. Entre 2010 e 2024, houve avanços na redução do desmatamento, que, no ano ado, caiu em onze por cento em relação a 2023. No Amazonas, o desmatamento diminuiu para setenta e dois mil hectares, enquanto em Rondônia a redução foi de trinta e quatro por cento. No entanto, nem tudo são boas notícias. Em setembro de 2024, a Amazônia Legal registrou mais de quarenta e um mil e quatrocentos focos de incêndio, um aumento de vinte e quatro vírgula sete por cento em relação ao mesmo período de 2023.
Porto Velho, em Rondônia, foi um dos municípios mais afetados. Nas áreas de conservação, o aumento das queimadas também preocupa. Na Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, o número de focos de incêndio subiu em oitenta e um vírgula três por cento, ando de quarenta e oito em 2023 para oitenta e sete em 2024. Já no Parque Nacional dos Campos Amazônicos, que abrange partes do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, o aumento foi ainda maior, de cento e cinquenta e sete por cento, saltando de noventa e um para duzentos e trinta e quatro focos no período.
Para Heitor Pinheiro, analista do Idesam, o avanço das queimadas está diretamente ligado à ação humana e à seca histórica. O desmatamento e os focos de calor estão intimamente relacionados à influência desses eventos extremos e das mudanças climáticas. "Vemos uma floresta muito mais fragilizada, o que proporcionou um aumento muito grande, agregado a essa seca extrema que tivemos no número de focos de calor. Em contrapartida, o desmatamento vem apresentando uma queda mais acentuada pela retomada das políticas ambientais", afirma.
A BR-319 é essencial para a logística da Amazônia, mas seus efeitos ambientais são profundos. A área do interflúvio Madeira-Guaporé é crucial para o clima e para as comunidades que dependem da floresta. Todo tipo de processo que afete a vida dessas pessoas, a forma como lidam com o próprio espaço, a produção de bioeconomia e o deslocamento, tudo isso impacta a vida dessas comunidades e as torna ainda mais vulneráveis no o a serviços públicos, como educação, saúde e assistência social.
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