As tranças capilares vão além da estética. Para a população negra, elas estão profundamente ligadas à memória e à identidade. Um projeto no Distrito Federal, intitulado "Tranças no Mapa", busca resgatar essa tradição e foi recentemente reconhecido com o prêmio do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) por suas ações de preservação do patrimônio e da história do Brasil.
Criado pela pesquisadora Layla Maryzandra, o projeto mapeou 95 trancistas no Distrito Federal e no entorno. Layla explica que esse tipo de penteado, um saber reado por gerações, precisa ser reconhecido como parte da cultura brasileira. Ela destaca que, ao se reconhecerem como detentoras desse conhecimento, as trancistas podem ar políticas públicas que valorizam a cultura.
Entre as trancistas mapeadas está Jeninha, dona de um salão especializado em Brasília. Ela conta que usa tranças desde criança e transformou esse estilo e suas memórias em uma fonte de renda. A trancista menciona que sempre teve uma relação afetiva com as tranças, e seu trabalho surgiu como uma forma de unir afeto e economia.
Os próximos os do projeto incluem a promoção de oficinas formativas e a participação na Marcha das Mulheres, em novembro. Para Jeninha, ser trancista não é apenas uma questão econômica, mas também um espaço de afeto e conexão. Ela recorda momentos de sua infância, como quando sua avó a sentava no colo para trançar seu cabelo. Com o projeto, ela ou a enxergar seu trabalho sob uma nova perspectiva, reconhecendo-se como detentora de um conhecimento ancestral que é fundamental para a história e cultura da comunidade.
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