Um estudo do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra) revela que, apesar de os negros representarem atualmente a maioria da população brasileira, levará mais de 300 anos para que eles tenham salários semelhantes aos de profissionais brancos. A análise, que se baseou em dados oficiais do Brasil, mostra que a população negra, composta por pretos e pardos, é a maior do país, mas enfrenta uma disparidade significativa em termos de renda.
Entre 2012 e 2023, a renda média das pessoas negras no trabalho principal foi de apenas 60% da renda das pessoas brancas. Com um aumento histórico de apenas 1,2% na média a cada dez anos, a diferença salarial entre brancos e negros levaria cerca de 340 anos para ser eliminada, caso essa taxa de crescimento se mantivesse.
Além disso, a responsabilidade das mulheres negras pelos domicílios cresceu de 18,8%, em 2012, para 29,6%, em 2023, tornando-as as principais chefes de família no Brasil. No entanto, a renda dos domicílios chefiados por mulheres negras representou apenas 36,7% da renda dos domicílios sem moradores negros, reforçando a desigualdade econômica.
O estudo também aponta que as ocupações predominantemente ocupadas por negros pagam, em média, 22% a menos do que a maioria das ocupações brancas. Em 2023, os negros representavam pouco mais de 56% da população, mas ocupavam apenas cerca de 33% dos cargos gerenciais. Essa desigualdade é ainda mais acentuada para as mulheres negras, que enfrentam uma taxa de desocupação mais alta do que a dos homens brancos.
A pesquisa destaca que o mundo do trabalho é, em parte, governado pela escolaridade. Portanto, é crucial investir na educação da população negra, que ainda apresenta grandes discrepâncias, especialmente nos ensinos médio e superior. Esse investimento é fundamental para promover uma maior equidade entre a população branca e a população negra no Brasil, contribuindo para a redução das desigualdades raciais e econômicas no país.
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