Um ponto importante do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, que começou hoje (11) em Brasília, é o estabelecimento de eixos comuns a várias cidades. Apesar das particularidades de cada município, há desafios que afetam a todos, como a melhoria na saúde e na educação, além da resiliência frente a problemas ambientais e eventos climáticos extremos, que têm se tornado cada vez mais frequentes.
Outra questão relevante é a geração de emprego e renda. Embora o Brasil esteja contratando mais e o desemprego tenha caído, esse ainda é um desafio permanente, exigindo constantes avanços.
Os municípios desempenham um papel estratégico na geração de emprego e renda. Eles são responsáveis pela regulamentação e implementação de políticas públicas que criam condições favoráveis para a economia e o ambiente de negócios. No entanto, as cidades brasileiras ainda enfrentam grandes desafios.
Em quatro estados brasileiros — Maranhão, Amazonas, Alagoas e Paraíba — mais de 80% da população vive com uma renda de até um salário mínimo por mês, pouco mais de R$ 1,5 mil. Essa realidade contrasta, por exemplo, com o Distrito Federal, onde a maior parcela da população tem os rendimentos mais elevados do país. Enquanto, em média, 8% da população brasileira ganha mais de três salários mínimos (cerca de R$ 4 mil), no Distrito Federal, esse número sobe para mais de 22%.
Além disso, um em cada dez brasileiros vive com apenas um quarto do salário mínimo mensal, pouco mais de R$ 300. Esse cenário é mais evidente nas regiões Norte e Nordeste, onde mais de 23 milhões de pessoas enfrentam essa condição.
Algumas iniciativas municipais têm ajudado a melhorar a renda da população. Em Teresina, por exemplo, um terreno de 27 hectares no bairro Dirceu Arcoverde, na periferia da capital piauiense, abriga 256 famílias que trabalham no cultivo de alimentos em hortas comunitárias. Além de contribuírem para a preservação ambiental, essas hortas promovem geração de renda sustentável.
Considerada uma das maiores hortas urbanas da América Latina, a iniciativa surgiu no final da década de 1980 para dar uma nova finalidade a terrenos ocupados por linhas de alta tensão da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Hoje, as hortas se estendem por mais de 4,5 km e produzem frutas, verduras, legumes e plantas medicinais.
Além de dar um novo significado a espaços urbanos, as hortas desempenham um papel essencial no bem-estar social, especialmente para os agricultores, a maioria deles na terceira idade e que têm como única fonte de renda suas aposentadorias.
Com uma produção 100% orgânica, os alimentos cultivados abastecem os mercados da região e até outras cidades da Grande Teresina, atraindo consumidores que buscam não apenas produtos mais saudáveis, sem agrotóxicos, mas também preços mais íveis do que os praticados nos supermercados.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.