O estudante universitário Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, segue em estado grave de saúde após ser baleado nas costas por um policial militar reformado no Rio de Janeiro. Ele está internado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte, sem previsão de alta.
Igor havia saído na madrugada de segunda-feira (24) de uma casa de shows na Zona Norte, onde trabalhava como garçom. Ele estava na garupa de uma moto de aplicativo quando, segundo a esposa de um policial militar reformado, a dupla teria roubado seu celular, o que gerou uma perseguição e uma série de tiros. Igor foi atingido nas costas, perdeu um rim, e a bala também afetou seu estômago e o baço. O motociclista, Thiago, caiu e sofreu apenas escoriações.
Apesar de serem vítimas, Igor e Thiago foram presos em flagrante. Na audiência de custódia realizada nesta tarde (25), a justiça determinou a soltura dos dois. Thiago deixou a prisão e se disse injustiçado. Já o autor dos disparos foi ouvido na 22ª Delegacia de Polícia, mas não conversou com a imprensa.
A Comissão de Direitos Humanos da Alerj está acompanhando o caso, e o Ministério da Igualdade Racial pediu explicações ao governo do Rio sobre a situação de Igor.
O jovem, estudante de publicidade, também trabalha como repórter esportivo em um site que mantém nas redes sociais.
Em entrevista, a esposa de Igor afirmou ver um traço de racismo no crime. "Eu ainda estou processando o que aconteceu, mas ele está sendo vítima de uma injustiça. Estamos correndo atrás para reverter a situação. Sem dúvida, há racismo envolvido, porque ele é um trabalhador que foi atingido por um disparo de um policial militar da reserva. Sabemos que, por trás disso, há um episódio de racismo estrutural, escancarado, pois a primeira pessoa atingida foi o corpo negro", disse ela.
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