O Hamas libertou, neste domingo (19), as três primeiras reféns israelenses após o cessar-fogo em Gaza entrar em vigor. Elas fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo grupo palestino nas próximas semanas.
Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher foram libertadas após 471 dias mantidas como reféns em Gaza. As três foram levadas a um hospital nos arredores de Tel Aviv e, segundo informações da equipe médica, apresentam quadro de saúde estável, mas devem ficar internadas para realizar exames.
A trégua começou quase três horas de atraso porque o Hamas atrasou a comunicação da lista de reféns que planejava libertar neste domingo. Milhares de israelenses se reuniram na Praça dos Reféns de Tel Aviv horas antes do início do cessar-fogo, que gerou divisões dentro do governo de Benjamin Netanyahu.
O partido de extrema-direita do ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben Gvir, hostil ao pacto, anunciou que estava deixando a coalizão do premiê israelense. Em um discurso na TV, Netanyahu esclareceu que este é "um cessar-fogo provisório" e que Israel se reserva o direito de retomar a guerra com apoio americano caso o Hamas não cumpra os termos do acordo.
Horas após o Hamas libertar as três reféns, Israel libertou 90 prisioneiros palestinos, a maioria mulheres e adolescentes. Uma multidão celebrou a chegada do grupo em Ramallah, na Cisjordânia. Nos termos do acordo, cerca de 1.900 presos palestinos deverão ser libertados na primeira fase do cessar-fogo, que deve durar seis semanas.
Na devastada Faixa de Gaza, milhares de deslocados, carregando roupas e pertences pessoais, voltaram para o que restou de suas casas neste domingo.
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Cerca de 630 caminhões com ajuda humanitária atravessaram a agem de Rafah, no Egito, em direção ao território palestino. O acordo exige que 600 caminhões de ajuda possam entrar em Gaza todos os dias nesta primeira fase do acordo, metade deles destinados ao norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.
Mais de 46.000 palestinos foram mortos desde o início da ofensiva de Israel em Gaza, em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez mais de 250 reféns.
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Para entender melhor o que pesou para que o cessar-fogo fosse assinado, o Repórter Brasil Tarde recebe Mariana Albuquerque, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela explica quem são os presos liberados por Israel, quais devem ser os próximos os no cumprimento do acordo e também quais as perspectivas para Netanyahu depois de três ministros terem deixado a coalizão do governo.
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