Mães de crianças mortas por balas perdidas no Rio de Janeiro fizeram um protesto nessa quinta-feira (23/1) em frente à prefeitura, junto com a ONG Rio de Paz. Elas alegam que o prefeito Eduardo Paes desmarcou uma reunião em cima da hora, que trataria da reconstrução do mural em homenagem às vítimas, que foi desmontado pelo poder municipal em dezembro do ano ado.
O mural foi construído em 2015 na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da cidade. Exibia fotos das crianças vítimas de bala perdida no estado e era atualizado sempre que aconteciam novos casos. No final de dezembro, a prefeitura retirou as fotos das crianças, mas manteve as placas com os nomes de policiais mortos em serviço em 2024. Segundo as mães que protestaram ontem, a decisão foi arbitrária e reflete desprezo pelas famílias das vítimas. Durante o protesto, familiares carregavam as fotos das crianças que foram removidas do memorial.
De 2007 até agora 116 crianças foram mortas por balas perdidas no estado do Rio de Janeiro, segundo a ONG Rio de Paz. Uma das vítimas foi o filho de Bruna da Silva, que estava indo para a escola quando foi baleado e morto no Complexo da Maré, na zona norte da cidade.
Em nota, a prefeitura do Rio disse que reconhece a importância e a necessidade da homenagem às crianças vítimas da violência, mas retirou o material por não ter sido consultada pelos organizadores para autorizar a montagem da exposição em um local público. Também disse que avalia a pertinência de manter a homenagem aos policiais militares assassinados, que também é justa e necessária. A prefeitura não marcou uma nova reunião com os responsáveis pelo memorial.
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