Já está preso o policial militar que arremessou um homem de uma ponte na capital paulista. O PM Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, ficará no presídio militar Romão Gomes, localizado na zona norte de São Paulo. A prisão preventiva do agente foi decretada nesta quinta-feira (5/12) pela justiça militar.
Ele faz parte do 24º Batalhão da PM de Diadema, na Grande São Paulo. Além dele, outros 12 policiais estão envolvidos no caso. Eles não foram presos, mas estão afastados das funções e também estão sendo investigados. Todos usavam câmeras corporais no dia dessa operação, e essas imagens serão analisadas.
A atuação da polícia em São Paulo tem sido questionada após diversos episódios de violência. Além deste caso ocorrido no domingo (1º/12), em que Luan arremessou um homem de uma ponte, em 3 de novembro Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi baleado pelas costas por um PM de folga, após furtar um produto de limpeza de um supermercado, também na zona sul. O rapaz levou 11 tiros e morreu. O policial foi indiciado pelo Ministério Público, que pediu a prisão preventiva dele.
Também em novembro, na capital paulista, um policial militar matou o estudante de medicina Marco Aurélio Gardenas Acosta, de 22 anos, após o jovem dar um tapa no retrovisor da viatura. Ele foi perseguido pelos PMs até um hotel. Um dos policiais chutou o jovem e, quando ele segurou o pé desse policial, o outro atirou a queima-roupa. Marco Aurélio chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Os policiais foram afastados.
Ainda no mês ado, o menino Ryan, de quatro anos de idade, foi morto em uma ação da PM em um morro de Santos, no litoral paulista. O funeral dele e de um adolescente, também morto na ação, foi realizado com ostensiva presença policial, o que gerou críticas de entidades de defesa dos direitos humanos que acompanhavam a cerimônia.
Desde o início do ano 713 pessoas foram mortas por PMs no estado de São Paulo, em serviço ou de folga. O número já é 55% maior que o registrado em todo o ano ado. Os dados indicam que 80% das vítimas dessa letalidade são negros e negras, e 40% são jovens com menos de 18 anos.
Devido à gravidade da situação, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns e a OAB-SP pedem a demissão imediata do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e informaram que enviarão às instâncias internacionais um relatório sobre esses casos de violência policial.
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