O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve enviar nesta terça-feira (26/11) à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório que detalha a atuação de uma organização criminosa que tentou dar um golpe de estado em 2022, logo após as eleições presidenciais. O documento descreve, inclusive, a trama do grupo para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes.
Assim que o relatório chegar à PGR, uma equipe de subprocuradores liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet fará a análise de todo o material. Trata-se de um documento com mais de 800 páginas e arquivos, incluindo áudios extraídos dos celulares de todos os envolvidos. Esses aparelhos foram apreendidos e fazem parte do conjunto de provas contra os 37 indiciados. Trata-se de um material bastante complexo. Por conta disso, a probabilidade é que o procurador-geral tome a decisão de apresentar ou não denúncia apenas em fevereiro de 2025, após o término do recesso do Judiciário.
Entre os indiciados pela Polícia Federal estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes da cúpula do governo anterior, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Souza Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin); e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
As provas contra eles foram obtidas por meio de diligências policiais ao longo de dois anos, com base em quebras de sigilo, colaborações premiadas, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo poder Judiciário.
Novos indiciamentos podem acontecer nos próximos dias, como, por exemplo, o do Major Rodrigo Bezerra Azevedo, que foi preso na semana ada, acusado de fazer parte do grupo que planejou o assassinato de Lula e Alckmin. Ele deve prestar depoimento à Polícia Federal na próxima quinta-feira (28/11).
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