Maior nome e principal divulgador do violão brasileiro no exterior, Baden Powell, se vivo, estaria comemorando 75 anos de idade no próximo seis de agosto. Era um homem de personalidade complexa e um artista de excepcional capacidade criativa.
Os músicos que conviveram com Baden destacam a maneira única com que ele absorvia, processava e devolvia uma música, com seu estilo inconfundível. Ele justificava a paixão pela arte e pelo instrumento com a frase: “O violão é minha metade”. Para amigos e iradores como Toquinho, “a mão de Baden tocava por duas”.
O aprendizado foi lento, construído com rigor, quando, ali pelos anos 50 e 60, o violão assumiu de vez a posição de instrumento síntese da MPB. Neste período, Baden teve o privilégio de ar pela fase áurea do Rádio e ver a Bossa Nova nascer. Assim, esteve muito próximo de todos os desdobramentos que vieram depois.
Sem se prender a nenhum movimento ou se preocupar com modismos, construiu uma carreira à parte e acabou se tornando fonte onde foram beber jovem-guardistas e tropicalistas, impressionados com as diabruras que ele fazia com a mão direita.
Baden viveu como se exposto ao ritmo dos acordes que tensionava no violão. Boêmia, vários casamentos, histórias sobre sua personalidade polêmica que oscilam entre realidade e lenda e constituem, até hoje, parte do folclore da MPB.
No Musicograma Baden Powell é o próprio narrador de alguns desses momentos, em que fala dos parceiros, dos intérpretes da sua obra e dos filhos. O especial foi editado a partir do acervo registrado nos anos 90, com trechos do programa “Baden muito Especial”, produzido e dirigido por Fernando Lobo e de um encontro com os filhos Marcel e Phillippe Baden, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis.
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